Uma tartaruga de couro (Dermochelys Coriácea) medindo 155 centímetros apareceu na madruga de terça-feira (14) na praia Pedra do Sal, em Parnaíba.
O registro é de extrema importância já que essa espécie de tartarugas gigantes é classificada como sendo criticamente ameaçada de extinção.
A passagem dela pelas areias piauienses foi acompanhada de perto pelo Instituto Tartarugas do Delta, que faz um importante trabalho de monitoramento e preservação dessas espécies no norte do estado.
Os vídeos registrados e divulgados em redes sociais mostram os movimentos lentos, os barulhos curiosos e principalmente as dimensões que chamam atenção. Na imagem, é possível ver que os biólogos tiraram as medidas levando em consideração a extensão da cabeça a ponta da cauda do animal, que mede mais de um metro e meio.
A equipe do Instituto Tartaruga do Delta monitora as praias da região para fazer o levantamento de dados sobre o comportamento reprodutivo de tartarugas marinhas, que ocorre todos os anos entre os meses de dezembro à setembro.
“A tartaruga de couro é uma das cinco espécies de tartarugas marinhas que é registrada no Brasil. O Piauí é o menor litoral da costa brasileira e está inserido dentro de uma Unidade de Conservação Federal de Uso Sustentável. Apesar de ser o menor litoral, apresenta características ambientais que permite ser um berçário de tartaruga marinha. Na verdade, as cinco espécies que são encontradas na costa brasileira são registradas no litoral do Piauí, o que torna o Piauí uma área muito importante para esse cenário da conservação dessas espécies que são ameaçadas de extinção” explica a bióloga e vice presidente do Instituto Tartarugas do Delta, Werlanne Mendes.
Em entrevista ao Cidadeverde.com, Werlanne Mendes explicou que a classificação de extinção da tartaruga de couro é bastante crítica a nível mundial, por isso a necessidade de acompanhar seu ciclo reprodutivo.
“No Brasil, essa tem como área regular de desova o litoral do Espírito Santo, que é a principal área para essa espécie. Mas os estudos realizados pelo Instituto Tartaruga dos Delta ao longo desses dez anos mostram o Piauí como a segunda área de desova dessa espécie que frequenta todos os anos o litoral piauiense. A realização do trabalho de monitoramento de praia de proteção é fundamental para garantir a sobrevivência dessas espécies que são ameaçadas de extinção” reforça a bióloga.
Fonte: Cidade Verde