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Professores da UFPI pedem homologação de lista tríplice após eleição da 1ª reitora da instituição

Candidata mais votada, professora Nadir Nogueira, que já foi vice-reitora da instituição duas vezes, teve 48% dos votos na consulta à comunidade acadêmica. Professores estão em greve, mas consulta aconteceu há quase 30 dias.
Professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) pedem a homologação da lista tríplice formada após consulta à comunidade acadêmica que deu 48% dos votos à professora Nadir Nogueira. A votação aconteceu há cerca de 30 dias e o Conselho Universitário ainda não oficializou o resultado. Embora o prazo para o envio se encerre em dezembro, não é comum que haja demora no envio da lista depois que a votação acontece e um dos candidatos tem expressiva maioria dos votos. Após a homologação, os nomes são enviados ao Ministério da Educação e ao presidente da república, responsável pela nomeação. “O resultado ainda não foi homologado. Com o Conselho Universitário votando a favor [da lista] em respeito à vontade democrática da votação expressiva, em ato seguinte o presidente do conselho, professor Gildásio [Guedes, atual reitor] abre edital para que quem tenha interesse de se inscrever para os critérios da lista tríplice. Historicamente, quem participa [da lista] é quem participa da consulta à comunidade. E a gente espera que o presidente Lula vá sim respeitar a vontade da comunidade”, declarou Nadir. A professora Nadir Nogueira foi eleita em 16 de maio a primeira reitora mulher da Universidade Federal do Piauí (UFPI) em 53 anos de instituição. Nadir integrou a chapa 2, com o professor e vice-reitor eleito Edmilson Moura. Ela concorreu com outras duas chapas: a 1, formada pelos professores Lívia Nery e Welter Cantanhêde; e a 3, composta pelos professores Flávia Lorenne e Viriato Campelo (atual vice-reitor da UFPI). Todas as chapas foram encabeçadas por candidatas mulheres. A candidata escolhida pela comunidade acadêmica já ocupou duas vezes o cargo de vice-reitora da UFPI, entre 2012 e 2020, na gestão do ex-reitor Arimatéia Lopes.

Greve docente

Os professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) iniciaram a greve da categoria em 3 de junho. A greve foi aprovada em assembleia realizada na última terça-feira (28) na sede da Adufpi, em Teresina. Embora a suspensão das atividades estivesse prevista para segunda, alguns professores já haviam interrompido as aulas. “Pedimos a recomposição do orçamento das universidades, a reestruturação da carreira docente e o ‘revogaço’ [das medidas educacionais aplicadas nos governos Temer e Bolsonaro]. As perdas não são de agora, mas se acumularam durante os últimos nove anos”, afirmou a presidente da Adufpi, Maria Escolástica, no ato em frente ao pórtico. Os servidores técnicos e administrativos da UFPI já estavam em greve. No Instituto Federal do Piauí (IFPI), servidores e professores também já estavam com os trabalhos suspensos. No IFPI, os professores iniciaram a greve em 15 de abril. Já os servidores administrativos de ambas as instituições aderiram ao movimento ainda em 11 de março. As paralisações fazem parte de um movimento nacional que pede a valorização dos docentes, incluindo reajuste salarial. O Ministério da Educação (MEC) disse que “vem envidando todos os esforços para buscar alternativas de valorização dos servidores da educação, atento ao diálogo franco e respeitoso com as categorias” (veja detalhes mais abaixo). Greve dos servidores
    • No IFPI, servidores administrativos estão em greve desde 15 de março e a instituição emitiu nota oficial a respeito;
    • Na Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), os servidores também estão em greve desde o dia 15 de março;
  • Na UFPI, devido à greve dos servidores, alguns serviços sofreram alteração desde 15 de março, data de início da paralisação. A instituição divulgou informações sobre as mudanças, como no Restaurante Universitário do campus Ministro Petrônio Portella, em Teresina.
Greve dos professores
    • No IFPI, a greve iniciou oficialmente em 15 de abril;
    • Na UFPI, a greve iniciou oficialmente em 3 de junho;
  • Na UFDPar, a adesão ou não ao movimento grevista deve ser debatida em assembleia.

Reivindicações

Quais as reivindicações dos trabalhadores? Os grevistas requerem:
    • reestruturação das carreiras;
    • recomposição salarial;
    • revogação de normas relacionadas à educação que foram aprovadas nos governos Temer (2016-2018) e Bolsonaro (2019-2022), como o Novo Ensino Médio;
  • reforço no orçamento das instituições de ensino e reajuste imediato de auxílios estudantis.

O que diz o governo

O Ministério da Gestão afirma que viabilizou, em 2023, um reajuste linear de 9% no salário dos servidores e de 43,6% no auxílio-alimentação. Segundo a pasta, foi o primeiro acordo firmado com as categorias nos últimos 8 anos. Para 2024, o governo diz que apresentou uma proposta de:
    • elevar o auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil;
    • aumentar 51% dos recursos de assistência à saúde;
  • subir o auxílio-creche de R$ 321 para R$ 489,90.

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