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Entre Dívidas e Controvérsias: A Gestão de Rafael Fonteles

O Governador Rafael Fonteles, embora reconhecido por sua formação acadêmica sólida, revela um histórico marcado por empreendimentos financeiros arriscados e controversos. Apesar de se formar em Matemática pela UFPI e de ter concluído um mestrado em Economia Matemática pelo prestigiado IMPA, suas tentativas de atuação no mercado de investimentos parecem ter gerado mais decepção do que sucesso.

Logo ao retornar ao Piauí, Rafael Fonteles vislumbrou oportunidades no mercado financeiro e convenceu investidores, muitos de seus antigos professores, a aplicarem seus fundos de pensão em ações. A empreitada, no entanto, não trouxe os retornos esperados, deixando uma sensação amarga entre os investidores e forçando Fonteles a se afastar desse segmento. Sem conseguir prosperar na área financeira, voltou-se a um projeto menos ambicioso: um curso preparatório fundado ainda na juventude, que viria a se tornar o Grupo Educacional CEV.

Em 2003, ao lado de seu amigo e economista Bruno Agrélio, fundou oficialmente o CEV, com a proposta de oferecer cursos específicos para vestibulares. O grupo cresceu e se consolidou no mercado, mas, atualmente, enfrenta um cenário alarmante de crise financeira. De acordo com dados da ‘Lista de Devedores’ da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), a dívida ativa da empresa em 2024 já ultrapassa os R$ 123 milhões. Esse montante envolve débitos diversos, incluindo multas trabalhistas, pendências de FGTS, débitos tributários e previdenciários, expondo a fragilidade da gestão financeira da empresa.

Embora Fonteles tenha repassado o controle do CEV para a Tf3 Participações S/A em 2017, atualmente administrada por sua mãe, Nereida Fonteles, as dívidas herdadas continuam pesando. Em 2021, a União moveu uma execução fiscal contra o CEV, processo que evidenciou a inadimplência recorrente da instituição. Fonteles, ao que parece, não apenas subestimou os riscos associados ao endividamento em suas empreitadas privadas, como agora segue um caminho semelhante no governo estadual.

Hoje, com dívidas públicas acumuladas por empréstimos que visam financiar o Estado, Rafael Fonteles repete o perfil de endividamento que marcou sua trajetória privada. A experiência do governador no setor empresarial poderia ter lhe ensinado a importância de uma gestão financeira equilibrada, mas o que se vê é uma insistência em apostas de alto risco que, no passado, já se mostraram desastrosas.

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