“Se não é sofrido, não é Galo!”. A frase tão repetida pela torcida do Atlético não poderia ser mais real na noite desta quarta-feira (25/9). Com uma atuação incontestável na Arena MRV, em Belo Horizonte, o time mineiro contou com atuação iluminada do atacante Deyverson para vencer o Fluminense por 2 a 0 e garantir a classificação às semifinais da Copa Libertadores.
Com o resultado, o Galo ganhou a eliminatória por 2 a 1, já que havia perdido a ida no Rio de Janeiro por 1 a 0.
O “Eu Acredito” – famoso mantra na conquista de 2013 – foi ouvido nas arquibancadas antes mesmo de a bola rolar. O apoio seguiu ao longo da partida, e o alvinegro correspondeu em campo.
O desempenho foi arrasador desde o início, e nem mesmo o pênalti perdido por Hulk aos 7′ abalou a confiança da equipe. O primeiro gol, no entanto, só viria aos 5′ do segundo tempo, com Deyverson, de cabeça.
Depois disso, o Atlético ‘amassou’ o Fluminense e desperdiçou várias oportunidades nos minutos seguintes. Mas o camisa 9 teve estrela para aproveitar belo cruzamento de Hulk, já aos 43′, para colocar o time nas semifinais do torneio continental.
Vivo na Copa do Brasil, o Galo retomou o ‘estilo Milito’ de jogar e teve uma das melhores atuações do ano. Além do aspecto esportivo, as finanças do clube também sorriem: o avanço rendeu mais de R$ 12,5 milhões em premiação.
Quando serão as semifinais da Libertadores?
Com a classificação, o Atlético enfrentará o River Plate, da Argentina, na próxima fase. O jogo de ida, que será na casa dos ‘hermanos’, está previsto para a semana de 23 de outubro, enquanto a partida de volta será disputada sete dias depois.
Próximos jogos de Atlético e Fluminense
O próximo compromisso do Atlético será contra o Palmeiras, no sábado, às 18h30, no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Já o Fluminense terá pela frente o Atlético-GO. A partida está marcada para domingo, às 16h, no Estádio Antônio Accioly, em Goiânia.
Atlético x Fluminense: como foi o jogo
Em relação ao primeiro jogo, apenas o Atlético teve uma mudança no time titular, com a entrada de Lyanco no lugar de Bruno Fuchs como zagueiro pela direita. A maior alteração, no entanto, foi na formação com a posse de bola: Bernard trocou o lado direito pelo esquerdo, enquanto Paulinho se aproximou mais de Hulk, retomando um 3-5-2, sendo Arana o responsável por abrir o campo pela esquerda.
Empurrados pela torcida, os donos da casa dominaram as ações no início. Logo aos 5’, Arana recebeu cruzamento de Paulinho, finalizou, e a bola pegou na mão de Arias dentro da área. O árbitro Wilmar Roldán não teve dúvidas e sinalizou pênalti. Hulk chutou rasteiro no canto direito, mas parou em Fábio, que manteve a vantagem do Fluminense no placar agregado.
O pênalti perdido não abalou a confiança alvinegra, que continuou com o controle da partida. A principal arma ofensiva da equipe era Scarpa, que recebia com mais espaço para avançar e ameaçava a defesa adversária constantemente. O tricolor, por sua vez, se fechava bem e, ao estilo Mano Menezes, tentava chegar ao terço final com muita velocidade.
Não é exagero dizer que o Atlético foi bem superior ao longo de todo o primeiro tempo. O time conseguia aproveitar as rápidas inversões de bola e criava boas oportunidades. Battaglia chegou a acertar a trave em uma delas, e a zaga tricolor tirou em cima da linha em outra.
Já o Fluminense não adiantava tanto a marcação e também não tinha sucesso no ataque – finalizou apenas uma vez, de cabeça, após cobrança de escanteio.
Pelo outro lado, Thiago Silva fazia mais uma bela atuação defensiva, com muitos bloqueios e cortes pelo alto. Apesar dos 78% de posse de bola e o domínio, o Atlético encerrou os 45 minutos iniciais sem balançar a rede, mas com uma grande atuação coletiva na Arena MRV.
Um ponto negativo foi Hulk, que desperdiçou o pênalti e não conseguiu dar prosseguimento nas jogadas. Outra notícia ruim foi a saída de Bernard, que deixou o campo lesionado para a entrada de Deyverson. A alteração mudou o esquema tático da equipe: Milito inverteu Scarpa de lado e colocou Hulk para atuar pela ponta direita.
Mas o que parecia um problema virou a solução. Deyverson seria o responsável pela reviravolta na eliminatória.
Segundo tempo
Com a mudança na formação, o Atlético começou a explorar muito os cruzamentos para a grande área. E foi assim que surgiu o primeiro gol. Scarpa tabelou com Arana e cruzou para Deyverson, de cabeça, abrir o placar e ‘incendiar’ as arquibancadas da Arena MRV: 1 a 0.
O gol não agitou só a torcida. O Atlético pressionava mais do que nunca dentro de campo. Scarpa teve duas oportunidades – finalizou uma para fora e outra parou em bela defesa de Fábio.
Paulinho protagonizou um lance inacreditável. O camisa 10 recebeu na pequena área, livre, sem goleiro, mas finalizou para fora. Na sequência, os companheiros o abraçaram, e a torcida gritou seu nome.
Em meio à pressão sofrida, Mano sacou o atacante Kevin Serna para a entrada do zagueiro Antônio Carlos, recuando ainda mais o Fluminense. O cenário na metade do segundo tempo era de ataque total do Atlético, e o time carioca com objetivo de explorar os contra-ataques.
Com muitas paralisações, o jogo caiu de ritmo. Ainda assim, o que mais se ouvia nas arquibancadas era o mantra alvinegro: ‘Eu Acredito’. O Galo seguia com a posse de bola, mas sem a mesma efetividade de antes. Hulk tentava, mas fazia uma partida abaixo da média.
Aos 39’, em bela tabela por dentro, Hulk deixou Paulinho na cara do gol. O atacante, no entanto, perdeu mais uma boa oportunidade, para desespero até dos companheiros de time.
Mas a chance desperdiçada não fez falta ao Atlético. Poucos minutos depois, Hulk achou Deyverson mais uma vez na grande área. O camisa 9 não perdoou e empurrou com um toque leve, de canhota, para garantir a classificação do Atlético: 2 a 0.
Na comemoração, o atacante se emocionou, e a torcida cantou seu nome na sequência. Apito final com classificação heróica do Atlético e explosão de felicidade nas arquibancadas na Arena MRV.
Atlético 2 x 0 Fluminense
Atlético
Everson; Lyanco, Battaglia, Junior Alonso e Guilherme Arana; Fausto Vera, Alan Franco, Gustavo Scarpa (Igor Rabello, aos 51′ do 2ºT) e Bernard (Deyverson, aos 44’ do 1ºT); Paulinho (Rubens, aos 47’ do 2ºT) e Hulk
Técnico: Gabriel Milito
Fluminense
Fábio; Samuel Xavier (Guga, aos 28’ do 2ºT), Thiago Silva, Thiago Santos e Diogo Barbosa (Marcelo, aos 12’ do 2ºT); Bernal, Martinelli, Ganso (Lima, aos 28’ do 2ºT) e Jhon Arias; Kevin Serna (Antônio Carlos, aos 12’ do 2ºT) e Kauã Elias (Cano, aos 19’ do 2ºT).
Técnico: Mano Menezes
Gols: Deyverson, aos 5’ do 2ºT, e aos 40’ do 2Tº
Cartões amarelos: Hulk, Bernard e Deyverson; Bernal, Fábio e Martinelli
Motivo: volta das quartas de final da Copa Libertadores
Data: 25/9/2024 (quarta-feira)
Estádio: Arena MRV, em Belo Horizonte
Árbitro: Wilmar Roldán (COL)
Assistentes: John León (COL) e Jhon Gallego (COL)
VAR: John Perdomo (COL)